quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vamos brincar?


- Oi, quer brincar comigo?
- Sim, de quê?
- Um jogo que eu inventei...
- Hmm, que jogo? - Ele parecia afim de brincar com ela, mas com medo da brincadeira.
- É assim, eu te faço uma pergunta, e você me responde e depois faz outra e assim sucessivamente... - A animação no rosto da garota fez com que ele nem pensasse ao dizer sim. - Vou começar... Sua cor favorita?

- Azul, sua comida preferida?
- Macarrão, um sonho?
- Voar, uma música?
- Palavras, da Cássia Eller, Um desejo?
- Ser feliz, uma bebida?
As perguntas dele nunca tinham um fundo emocional, e as delas eram cheias de mensagens subliminares...
- Suco de Morango! Gosta de alguém? Quem? - Ela chegou aonde queria chegar, disse o que queria dizer, e ele confuso com aquilo tudo respondeu:
- Ah, não quero mais brincar... Vou nessa!
Ele pegou sua mochila e saiu caminhando corredor afora. A menina colocou as mãos no rosto pensando como ela podia ter perdido aquela oportunidade de finalmente dizer o que sentia por ele...
Quando ele volta e diz:
- Eu gosto de você, só pra constar.
Ela olha pra cima, mas ele já estava um pouco longe.
Pra ela era o que bastava, agora ela sabia que ele era dela e vice-versa.
Mas, na manhã seguinte ela o vê um tanto quanto íntimo com outra garota da escola, garota a qual ela sempre desconfiou ser sua "rival". Brava e confusa ela se aproxima agressivamente dos dois e diz (berra, pra ser mais exata.):
- COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COMIGO? DIZER QUE GOSTAVA DE MIM E HOJE ESTÁ COM ELA?!
- mas, mas...
- VOCÊ NÃO PODE BRINCAR ASSIM COM AS PESSOAS!
- Mas, você que me pediu parar brincar seu jogo, me senti no direito de brincar o meu...
é incrível como o sentido da frase "Quer brincar comigo" muda conforme o ponto de vista, ou conforme você cresce...

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